terça-feira, 13 de setembro de 2011

O chamado do tempo presente

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Estou num momento de absoluta impotência
Como se fosse instantânea e me diluísse no ar
Fosse para todos os lados, não chegando a nenhum...
Enchesse todo o mundo, e então me sentisse vazia.
Queria puder ir ao norte e sul ao mesmo tempo
descer ladeiras e subir montes
mergulhar nas profundezas e voar além céus.
Ainda ir lá e ficar cá, dizer não, dizendo sim.
E quem me dera o controle do tempo
ser a dona da ampulheta dos amores,
no tempo dos sonhos ter sido ninfa.
Que a ti doaria as vestes virginais, no primeiro amor.
Mas centralizo-me na mulher que sou, acendo o ardo
Consumo-me a tocha que guia a maturidade
por auroras carmesins, nos tempos reais.
Com roupagem de menina e odor de rosas maceradas.
Mas sou o que sou, árvore de profundas raízes
que o vento balança e as nuvens regam
e estendendo as ramas ao céu cobre-se de luz.
Oferecendo pólen, destilando seiva no tempo da flor.
Da ninfa ficou o sonhar, já em roupas amareladas
que a mulher tinge nos crepúsculos das tardes
desnudando-se em noites narradas em sussurros.
É o chamado acordando a donzela com doce fado.

valquíria calado

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