sexta-feira, 13 de abril de 2012

Rosas Negras

Um conto de terror, para comemorar esta sexta-feira 13


Todos os dias à sua porta, ao chegar do trabalho ela encontra uma linda rosa de cor tão surpreendente quanto o mistério que a envolvia. Rosas negras eram muito raras, porém não havia uma única noite que ela não encontrasse seu misterioso presente.
Sempre que a recebia sentia como se estivesse sendo observada de longe por alguém ou alguma coisa escondida na escuridão. De alguns meses para cá se sentia perturbada por essa presença constante em suas noites. Não conseguia dormir direito pensando naquelas rosas de beleza hipnotizante, mas que representavam negras lembranças.
Um paradoxo que em suas mãos, as rosas que a perturbavam eram as mesmas que a confortavam em sua solidão. Não podia esquecer-se do seu passado jamais, pois sempre que chegava a sua porta lá estava mais um lembrete em forma de flor de quão negro sua vida fora.
Quando finalmente pegava no sono não se sentia só, pois sentia uma forte presença ali, em seu próprio quarto. Embora ela não viesse exatamente para lhe fazer companhia.
Sentia essa presença cada noite mais e mais próxima quase como se pudesse tocá-la. E era uma sensação quente e ao mesmo tempo fria. Algo inexplicável que ela devesse temer naturalmente, mas que lhe fazia bem.
Um simples arriscar de abrir os olhos lhe revela seu companheiro tão querido e tão temido. Parado próximo a porta lhe estendendo a mão convidativa. Com os pesadelos se misturando à realidade ela se senta na cama. Finalmente ele chegou para levá-la a julgamento com suas asas negras abertas e um lindo buquê de rosas negras na mão.
 Autoria: Eliel Carvalho

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