sábado, 27 de agosto de 2011



Às vezes sinto que tudo o que te disse, tudo o que vivemos e passamos juntos, não tiveram valor algum para ti.
Às vezes, talvez quase sempre, penso que ao teu ver, não passo de mais alguém sem significado nenhum, de uma linha em branco ainda por escrever, de uma bola de papel amassado no canto da sala, eu sinceramente não sei.
A noite passada ensaiei dizer-te as palavras mais maldosas e frias que existiam aqui dentro e chorei, como nunca ninguém chorou por mim.
Sinto que morreste.
Que estás em coma profundo dentro de mim.
Forço os teus olhos a se abrirem para ver o sol a nascer, mas não consigo, estão colados, trancados com um cadeado que há muito tempo não tenho a chave.
Uma estrela se apagou dentro dos meus olhos, a mais bela de todas, aquela que resistia a todas as tempestades e furacões, que sorria quando tinhas o formato do meu coração.
Carrego um morto nos braços da alma, e nem sequer tive tempo de te dizer adeus.
GAVETAS...
Hoje, limpando minhas gavetas, joguei tanta coisa fora...
Joguei fora coisas que guardei por anos,cartas e rascunhos amarelados pelo tempo, retalhos de histórias engavetadas no esquecimento. Joguei lembranças caducas de casos perdidos, joguei no lixo um monte de tranqueiras que só serviam pra mim...
Mas entre tantos trecos, papeis e poeira, algumas coisas eu só limpei e guardei outra vez: palavras escritas em cartões, outras em guardanapos, bens com cara de refugo, tranqueiras que ainda servem pra mim...
São fragmentos de um passado que não sarou, coisas que guardei, restos que você deixou; são pedaços de mim que continuarei guardando em gavetas, são pedaços de você que continuará pra sempre guardado dentro de mim.
Samuel da Costa, site http://www.frent.info/poesia.htm

Enquanto houver encontros haverá despedidas.
Enquanto houver despedidas haverá um coração que chora.
enquanto um coração chorar,
será difícil dizer adeus…..
Doeu??? Não!!!
Ainda continua doendo, e muito…
Estou tentando não chorar….

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