sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Diálago entre a Rosa e o jardineiro

0341

Jardineiro
- Uma rosa murcha e perde o valor quando quer enfeitar muitos jardins.
Rosa
- A rosa enfeita um único jardim, mas os visitantes que no jardim passam, simplesmente admiram a beleza da Rosa e suas cores deslumbrantes. Mas ela está lá, firme sobre a terra, no mesmo lugar. Aquele que a cultiva sabe o valor que ela tem, e somente ele fará com que ela murche por sua imperícia no trato.
Jardineiro
- Ele foi privado de sentidos, por amar a vida, pois esta lhe ensinou que deve respeitar a natureza, que se a rosa tem perfume, tem também espinhos que ferem.
Rosa
- O jardineiro por ter que cuidar de muitas outras flores, não percebe que a beleza da rosa é única, muito menos que os espinhos, são apenas um carinho da rosa solitária, que quer selar com sangue o pacto de amor entre ela e o jardineiro.
Jardineiro
- Devo advertir que o jardineiro sabe dos espinhos e toma os devidos cuidados para não se ferir.
Rosa
- O jardineiro sabe que a rosa tem espinho e mesmo assim reconhece sua beleza, por que então ele a colhe para que murche sozinha num vaso solitário?
Jardineiro
- Colhe, por desejar um amor único, por não desejar compartilhá-lo com outros, a rosa há de fenecer diante de seus olhos.
Rosa
- A rosa fenecerá a esmo, tão grata lhe é ao amor do jardineiro. Há de renascer em cada novo botão de rosa para selar o amor eterno.
Juraci Rocha Silva e Débora Abreu
Juraci Rocha Silva
Publicado no Recanto das Letras em 29/06/2006

Nenhum comentário:

Postar um comentário